Animais peçonhentos
Animais peçonhentos (como serpentes, aranhas, escorpiões) são aqueles que produzem substâncias tóxicas conhecidas como biotoxinas, sendo diferenciados dos venenosos por possuírem estruturas especializadas para inoculação destas secreções. Em geral, tais adaptações são utilizadas como forma de defesa quando se sentem ameaçados, ou como instrumento de predação (COELHO, s/d).
Acidentes com estes animais são uma das maiores causas de intoxicação humana na África, Sudeste da Ásia e na América Latina (CHIPPAUX J.P., 2008). No
Brasil, representam a segunda ocorrência de envenenamento em humanos, superadas apenas por aquelas causadas por medicamentos (BORTOLETTO &
BOCHNER, 1999). No Rio Grande do Sul, foram realizados 19.644 atendimentos a pacientes com intoxicação no ano de 2006; destes, 5.647 foram causadas por acidentes com animais peçonhentos (CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA
DO RIO GRANDE DO SUL, 2002).
Desde 1986 existe no país o Programa Nacional de Controle de Acidentes com Animais Peçonhentos, criado pelo Ministério da Saúde para monitorar os casos.
Este programa exige que hospitais e centros de saúde notifiquem todas as ocorrências. Inicialmente, este registrava apenas acidentes ofídicos, mas, a partir de
1988, inclui também os aracnídicos e escorpiônicos (CRISTIANO et. al., 2009).
Segundo relatório de atendimentos da Fundação Estadual de Produção e
Pesquisa em Saúde (FEPPS) referente ao ano de 2006, divulgado pelo Centro de
Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS), os envenenamentos de maior importância são aqueles causados por aracnídeos, ofídios, escorpiões, abelhas africanas e lagartas.
Entre os aracnídeos, os casos registrados foram causados principalmente pelos gêneros Lycosa (aranha-de-jardim), Phoneutria (aranha armadeira) e Loxosceles
(aranha marrom). Destes, o gênero Phoneutria representa a maior incidência, e o
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Loxosceles, a maior importância médica, pois causa intoxicações mais severas que os