Angola, globalização e reconstrução
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Por: Fernando Rui
Introdução
A Globalização por muitos entendida como encurtamento de distâncias, relativa “abertura de fronteiras”, construção de dependências e processos conduzindo a uma maior interdependência e intercâmbio, está a revolucionar o mundo e o modo de vida das sociedades.
Ela tem orientado a nossa forma de viver nos mais variados espaços, em casa, na escola, na empresa, nas reuniões internacionais, etc..
Trata-se de um fenómeno, aliás, um processo, e mais do que processo (no singular), trata-se de vários processos, pois é multidimensional, envolvendo vários elementos.
Concomitantemente positivo e “negativo”, tal fenómeno envolve a vida privada das pessoas, a política, a tecnologia e a cultura das nações, daí a necessidade de cuidarmos desse assunto. Somos, portanto, chamados a reflectir sobre esta realidade.
Nestas páginas, são apresentados em forma de provacações alguns desafios desse fenómeno em Angola. É nossa intenção contribuir na produção cultural que se espera de todos aqueles comprometidos com o presente e o futuro de Angola.
O nosso trabalho não é completo (em construção), e não esgota o assunto, pelo contrário se apresenta como uma provocação para o debate.
I- Desafios da globalização em Angola
1- O processo da globalização
Para a sua expansão, têm contribuído de forma marcante os meios de comunicação social. Imaginem o que fazem os transportes hoje! Imaginem o que “fará” a Internet! São instrumentos que fazem com que os espaços se contraiam e o tempo dependa das máquinas que “vestimos” a cada dia. Não importa onde estamos. Somos e parecemos estar aqui e acolá. E isso pode ser ao mesmo tempo. O indivíduo pode dizer: já não sou apenas um “eu”. Posso “ser” vários “eus”. Podemos viver ou conhecer factos distantes, mas omnipresentes. Pode ocorrer que alguns se comuniquem e “conheçam” mais