Angola 1975-2012
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Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos
GUERRA CIVIL EM ANGOLA
"Em 1976 as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legitimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul . No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 300 mil portugueses abandonam este país entre 1974 e 1976, o que agrava de forma dramática a situação económica. Em Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeia um golpe de Estado, que é afogado num banho de sangue. No final deste ano, o MPLA realiza o seu 1º Congresso, onde se proclama um partido marxista-leninista e adopta o nome de MPLA-Partido do Trabalho. A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A UNITA começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas tinha também raízes regionais, principalmente na população Ovimbundu do sul e centro de Angola. Agostinho Neto, morre em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos. No inicio dos anos 80, o número de mortos e refugiados não pára de aumentar. As infra-estruturas do país são brutalmente destruídas. Os ataques da África do sul não páram. Em Agosto de 1981, lançam a operação "Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O Governo da África do Sul justifica a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma "zona libertada" sob a sua administração.