angelo bucci
No primeiro contato com a casa (desenhos e maquete, quando ainda em projeto), a impressão foi de clara contraposição entre o volume suspenso - o protagonista de estrutura bem definida e delimitação simples - e o restante da moradia, aparentemente um labirinto complexo, de posição coadjuvante e emparedado por empenas. Estas foram associadas ao partido típico de alguns projetos da escola paulista - principalmente os desenvolvidos por Ruy Ohtake -, que incorporavam os recuos laterais aos pátios longitudinais.
As empenas laterais de Bucci e Puntoni, no entanto, contribuem para organizar o desnível do terreno, que possui seis metros da rua ao ponto mais baixo. Na visão do pedestre que chega à casa, a força delas se dilui em relação à imagem do modelo. Tem-se a impressão de uma cota da cidade - urbana, embora dentro de um condomínio -, espécie de ensaio de uma espacialidade talvez ideal para Bucci e Puntoni. Ali, o piso parece desaparecer em vazios, configurando-se em passarelas e plataformas, de modo a criar uma situação mais rica.
A organização dos espaços fechados sugere um projeto à la Masp, com o térreo livre e ocupação acima e abaixo, tal como Bucci já havia experimentado na casa em Perdizes (São Paulo, 1996), quando ainda compunha o MMBB. A setorização do programa em Carapicuíba (que difere da casa em Perdizes, onde os dormitórios ficam em cima e o restante embaixo) é explicada pelos próprios arquitetos: “Ele reúne duas funções distintas, casa e escritório. Um lugar para morar e trabalhar. Essas funções, embora compartilhem o espaço, deveriam ser tão separadas quanto