Androginia e a moda
“Ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino.
Se Deus é menino e menina,
Sou masculino e feminino”
Pepeu Gomes
1.0 – Introdução
Em um mundo em que a sexualidade é um assunto ainda controverso, a androginia vai além do controverso e busca quebrar barreiras, ofuscando a diferenciação dos sexos e indo em direção à homogeneização ou libertação das antigas concepções do que é homem ou mulher.
Nesta dissertação, buscaremos evidenciar os diferentes pontos de vista em relação à androginia, desde a área médica até a área artística, mostrando a diferenciação de tratamento feito pelas comunidades em relação ao assunto e como a androginia evoluiu através do tempo.
Faremos uma analise técnica e comportamental sobre os pensamentos e o uso da androginia em meio à sociedade.
2.0 – O que é Androginia?
“Androginia, no seu sentido mais amplo, pode ser definida como o Um que contem os Dois, o masculino (andro) e o feminino (gyne).” (Singer, 1990) Podemos determinar como andrógino, aquele que, de maneira especifica reúne características físicas e comportamentais, masculinas e femininas em um único ser humano. Sendo assim, difícil de distinguir seu gênero apenas pela aparência. Segundo a mitologia, descrito no livro “O Banquete” de Platão, define o amor como a junção de duas partes que se completam, constituindo um ser andrógeno que, em seu caminhar giratório, perpetua a existência humana. Nesta obra, Platão lista três tipos de seres humanos: os andros (masculinos), os gynos (femininos) e os androgynos (metade masculino, metade feminino) todos com extrema força e vigor. Ao ousar enfrentar os deuses, Zeus resolveu separa-los, deste modo, humilhando o orgulho da humanidade.