Ancestrais - uma introdução à história da África Atlântica

“Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica”

Com este título, Mary Del Priori e Renato Pinto Venâncio, oferecem, após a regulamentação da Lei 10.639/03 (artigo 26A da LDB)12 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História da África e dos Negros no Brasil no ensino básico, mais uma contribuição para os movimentos sociais, os docentes, os estudantes e os estudiosos de história, em especial de história da África.
O livro, publicado em 2004 pela Editora Campos do Rio de Janeiro, é de fundamental importância para aqueles que pretendem trabalhar com o novo artigo da
LDB. Não é somente mais um livro sobre África no mercado editorial. Ele apareceu no momento em que havia, e há ainda hoje (10 anos após a publicação da Lei), uma demanda grande, em seu caráter didático, de conhecimentos sobre a história, ou histórias da África. Ou seja, para os docentes de ciências humanas, no ensino Básico, ele representa um importante instrumento didático.
Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica, como os próprios autores afirmam, “pretende resgatar uma pequena parte da história de nossos avós na
África Atlântica, principalmente entre os séculos XVI e XVIII” (introdução).
Além disso, com uma linguagem didática, resgatam histórias que, de certa forma, quebram todos os mitos de uma história africana única, perdida, sem passado, sem civilizações, primitiva, pagã, de homens nus e de homens e mulheres que não foram sujeitos de sua própria história.
Aliás, essa é a principal abordagem da obra: apresentar os africanos, “nossos avós”, como sujeitos partícipes da história mundial. Ao contrário do que aprendemos nos manuais escolares sobre os “civilizadores europeus” os “nativos indígenas” e “os escravos” africanos na história brasileira, aqui se classifica estes últimos também como colonizadores, com “tradições culturais rivais às dos europeus”.
Como afirma Henrique Cunha Jr (2001), para se conhecer a história do Brasil
faz-se