anatomia
Adriano Vieira, Alexandro Machado e José Kolling. lntegrantes do Projeto “Sonho Possível” do Núcleo de Educação Popular da UNILASALLE, Canoas, RS.
Fonte: Revista Mundo Jovem . 04 - fevereiro/2000 “Começar de novo. Vai valer a pena”
A pergunta mais instigante que deve Incomodar/dosacomodar noite e dia a vida dos estudantes é: “Por que é preciso aprender?”
É bem verdade que muitos “educadores” não gostam muito de serem questionados neste sentido. Talvez, também estes têm medo de se incomodar/desacomodar. A sua visão dos processos educativos tendem a conceber o conhecimento como algo já produzido, acabado. Ao professor basta “proferir” a verdade absoluta. Ao aluno (do latim alumnus = aquele que não tem luz), compete simplesmente receber, acolher, encolher e acomodar na sua massa cinzenta (esquecendo do corpo) os conteúdos pré-estabelecidos.
Parafraseando Rubem Alves, nós podemos comparar o processo educativo com o ato de cozinhar. Com freqiiência, as comidas preparadas pelos professores, impostas por um cardápio pré-estabelecido e empurradas goela abaixo nos estudantes, têm provocado indigestão, diarréia e vómito. Isto deve-se ao fato de que o estudante não participou do preparo e na escolha dos alimentos, muito menos no momento da opção dos condimentos utilizados. O “rango” já vem “mastigadinho”, sem gosto, não provocando, obviamente, prazer no ato de comer.
Aprender é muito mais
Primeiramente, é necessário perceber que aprender é uma necessidade vital do ser humano. “Por natureza, os seres humanos não têm instintos munidos de todos os elementos para a sobrevivência. É preciso acrescentar requisitos essenciais à natureza que o conforma durante toda a vida” (Esther Grossi). Ou seja, não estamos prontos.
Somos provocados pelo mundo. Ele nos desafia, nos coloca em crise. E a crise é motivadora para o protagonismo do ser humano.