Analise
A obra apresentada é uma prosa de ficção em doze títulos. É composta de três histórias que são marcadas por duas características fundamentais da produção da autora: originalidade de estilo e profundidade psicológica, ambas características marcantes da autora, Clarice Lispector.
A linguagem narrativa apresenta muitas metáforas e outras figuras de estilo. Também apresenta a construção de frases inconclusas e outros desvios da sintaxe convencional.
O foco narrativo da obra é um dos pontos altos da novela. A possibilidade criativa da narrativa e surpreendente e inovadora, demonstrando a capacidade inventiva da autora.
O recurso usado por Clarice Lispector é o narrador-personagem, pois conforme nos faz conhecer a protagonista, também nos faz conhecê-lo. "Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar pra mim na terra dos homens".
O enredo de “A hora da Estrela” não segue uma ordem linear, há flashbacks iluminando o passado, idas e vindas do passado para o presente.
O foco narrativo escolhido é a primeira pessoa. O narrador usa como recurso as digressões.
O narrador também é personagem principal, porque, ao desenvolver a narrativa, mostrando-nos Macabéa, a personagem principal, busca a própria identidade. Hesita, pois não conhece o final da história. Por sentir-se culpado em relação à protagonista, suspende-lhe a morte por páginas e páginas. Moldará esta sobre seu próprio destino e morre com ela. Ao mesmo tempo, ele é um disfarce do “eu” da escritora com o qual dialoga constantemente. O narrador escreve-se através de Macabéa. Sua onipotência estende-se ao leitor, com o qual dialoga constantemente.
A obra apresenta vários momentos em que o narrador discute a palavra e o fazer narrativo. Ele escreve para se compreender.
Macabéa é uma invenção do narrador com a qual se identifica e com ela