Segundo Gary Hamel, um dos principais pensadores contemporâneos sobre o estudo da estratégia organizacional, estratégia é revolução, o resto não passa de táticas. O que realmente importa, de acordo com ele, é ser único e diferente; tudo mais é decorrência. Em artigo para a Harvard Business Review, Hamel elenca os dez princípios dessa visão “revolucionária” da estratégia. Faço um breve comentário após cada um dos princípios. 1. O pensamento estratégico até pode ser planejamento, mas nem por isso será estratégico. Nem todo planejamento tem caráter estratégico, ou seja, algo que aponte para o foco de atuação e a singularidade da instituição em um determinado período de tempo. Pode-se planejar para ações operacionais (o que é absolutamente relevante!), sem que isso altere a posição estratégica. 2. A elaboração da estratégia precisa ser uma subversão. Subversão aqui tem a ver com o questionamento do status quo da estratégia. Considerando que o futuro é imprevisível, subverter a estratégia pode significar a diferença entre sobreviver e sucumbir a eventos futuros. Subversão significa pensar diferente, pensar o novo. 3. O gargalo fica no alto da garrafa. A estratégia é definida pela cúpula da instituição, em geral pelos proprietários do capital (Conselho de Administração, Presidência etc.). Porém, a dinâmica do ambiente é percebida muitas vezes por instâncias operacionais, que podem antecipar alterações importantes no ambiente. É necessário canal aberto com esses segmentos para se ter flexibilidade e rápida capacidade de adaptação a novos cenários. 4. Todas as companhias têm revolucionários. Grandes ideias e insightsinovadores podem advir de qualquer ponto da instituição. 5. O problema não é a mudança, mas o comprometimento. Propor mudanças não é o mesmo que acreditar na validade da mudança. Comprometer é decisão de foro íntimo e pessoal, porém fundamental para perseguição dos objetivos pretendidos. Duas condições são básicas para existência de