Analise sobre a cidade de passo fundo
O Caminho dos viajantes do Planalto
Quando chegou a uma terra onde sabia apenas que existia "um passo muito fundo" e onde havia índios ferozes, por volta de 1827, o cabo da milícia estadual paulista Manoel José das Neves, o cabo Neves, não imaginava que estava projetando um dos principais pólos de prestação de serviços do Rio Grande do Sul. Antes dele, um destacamento comandado por Atanagildo Pinto de Morais fora enviado pelo governo de São Paulo à região para descobrir uma nova ligação com a Capitania de São Pedro.
O cabo Neves ganhou algumas léguas de terra, onde hoje está a Praça Tamandaré, no centro da cidade, e ali começou a formar sua fazenda, seguidamente atacada pelos índios coroados e caingangues, que habitavam a região.
Em 1834, chega outro militar, o capitão Joaquim Fagundes dos Reis, considerado por muitos também como fundador da cidade, que só se libertou administrativainente de Cruz Alta, da qual era distrito, em 1857. O dia 7 de agosto é a data oficial de criação do município, que vivia o ciclo da criação de gado. O extravismo vegetal, a pecuária, o comércio e o tropeirismo confirmam que Passo Fundo teve sua origem ligada ao transporte, lembra a professora Maria Mattos, da Universidade de Passo Fundo. Ainda sentindo as conseqüências sangrentas da Revolução Federalista de 1893, Passo Fundo - assim batizado pelos tropeiros que cortavam caminho no Planalto Médio para chegar à Feira Agropecuária de Sorocaba, em São Paulo - começa o novo século com uma população de cerca de 35 mil habitantes.
O tenente-coronel Pedro Lopes de Oliveira era o intendente em 1900. O ciclo do gado já dera passagem também à erva-mate e à madeira, e a agricultura se revelava como uma das principais forças da economia em formação. A ferrovia despontava como principal ligação com o Centro do país. Era em Passo Fundo que muitos fazendeiros paulistas faziam negócios.
Somente em 1920 os passo-fundenses conheceriam o avião, conta o livro Annaes do Município de Passo Fundo,