analise poema cristais de Cruz e Souza
“Mais claro e fino do que as finas pratas o som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas em lânguida espiral que iluminava, brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.
Filtros sutis de melodias, de ondas de cantos volutuosos como rondas de silfos leves, sensuais, lascivos…
Como que anseios invisíveis, mudos, da brancura das sedas e veludos, das virgindades, dos pudores vivos.”
No trecho descrito do poema “Cristais” uso da sinestesia é claro, pela associação de sentimentos como: audição, visão e olfato...
E se vê claramente a visão pessoal do autor ao descrever de forma romântica e de uma maneira um pouco irracional e mística como pôde ser percebido no trecho “mais claro e fino do que as finas pratas o som da tua voz deliciava” ou “era um som feito luz...”. Com essas características o poema se torna Simbólico.
BIOGRAFIA
João da Cruz e Sousa (1861-1898) foi poeta brasileiro. Fez parte do Simbolismo, Movimento Literário que teve sua origem na França em 1870. A crítica francesa o considerou um dos mais importantes simbolistas da poesia ocidental.
Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, Santa Catarina, no dia 24 de novembro de 1861. Filho de escravos alforriados, nasceu livre. Foi criado como filho adotivo do Marechal-de-Campo Guilherme Xavier de Sousa e Clarinda Fagundes de Sousa, de quem herdou o sobrenome. Aos sete anos fez seus primeiros versos. Aos oito anos declamava em salões e teatrinhos. Em 1871, com dez anos, matriculou-se no colégio Ateneu Provincial Catarinense, onde estudou durante 5 anos.
Em 1877, Cruz e Sousa dá aulas particulares e começa a publicar seus versos em jornais da província. Em 1881, funda junto com Virgílio Várzea e Santos Lostada, o jornal literário "Colombo". Durante dois anos percorreu várias cidades brasileiras, junto com a Companhia Dramática