Analise do texto
A tentativa de sintetizar as principais questões relativas ao ensino das ciências naturais na escola de ensino fundamental leva-nos necessariamente a reconhecer uma ampla gama de problemas.
Entre os problemas abordados em relação ao ensino de ciências naturais na escola de ensino fundamental, este trabalho abordará um dos que consideramos mais preocupante.
Trata-se de refletir sobre o que os professores ensinam: mais concretamente sobre qual é a natureza e a congruência entre o que alguns professores dizem ensinar, dizem querer ensinar e finalmente ensinam.
Tradicionalmente, falar de conteúdos escolares envolvia o corpus conceitual das diferentes disciplinas que compõem um currículo. Em alguns autores já clássicos, no entanto, é possível inferir uma ideia mais ampla de conteúdo, que abrange não somente o nível conceitual, mas também os procedimentos que os estudantes empregam para “tratar do conteúdo”, aquilo que em algum momento chamamos de habilidades, rotinas ou mecanismos. Em um caso trata-se de aprender fatos, conceitos, coisas das pessoas, da natureza, dos objetos.
Por um lado, observa-se com frequência que a seleção, a seqüenciação e a profundidade dos conteúdos estão orientadas de forma acrítica pelos livros-textos escolares e, consequentemente, na prática, são as editoras as que indiretamente tomam decisões sobre o que e como ensinar.
Em geral, os seus limitados conhecimentos sobre as ciências naturais tampouco o ajudam a discriminar os possíveis “erros” que o autor do texto pode ter cometido, seja pelo seu próprio desconhecimento do assunto, seja por uma tentativa de simplificar conceitos muito complexos.
Em primeiro lugar, há uma rejeição bem generalizada à ideia de que o docente é quem deve selecionar os conteúdos a serem ensinados nas aulas de ciências naturais. Da mesma forma, entende-se que o seu papel consiste em atuar