Analise do Texto Continuidade dos Parques
Aluna: Rita Lima
Se de alguma forma é possível descrever o texto Continuidade dos Parques, de Julio Cortazar, a palavra mais adequada é fascinante. Qualquer outro atributo não faz jus aquela que parece ser a intenção do autor, ou seja, fascinar, prender pelo encantamento.
De início foi difícil distinguir o que era a história dentro da história. Ao final da leitura fica a sensação de ter perdido algo pelo meio do texto. Uma palavra, um indicativo qualquer que fosse capaz de demarcar o “real” da ficção. O que era a vida do narrador e o que era a trama que ele lia.
Se o objetivo de Julio Cortazar era dar uma dimensão do quão envolvente e apaixonante pode ser a leitura de um texto, o mesmo foi alcançado com louvor. Perceber a importância do ato de ler para além da exigências sociais, para além da necessidade competitiva estabelecida pelos mecanismos formais de difusão da literatura.
Enquanto professores e a partir do texto podemos nos perguntar: O que cobrar do aluno numa leitura como esta? Como captar em um simples exercício ou prova o mergulho na perspectiva do narrador? É encantador como o autor descreve uma trama tão bem urdida em apenas dois parágrafos, recheados de atração e mistério. Esses detalhes que encantam o lançam na contra mão das expectativas educativas vigentes, no que toca ao ensino da literatura, cuja finalidade se resume em fazer com que o aluno tenha o mesmo entendimento do professor. Uma possibilidade nos é apontada por Jouve quando diz que “é a relação mútua entre escritor e leitor que é necessário analisar” (JOUVE, 2002, pag.13). Nosso sistema de ensino, em todos os níveis, ainda não conseguem agir dessa forma. Torna-se, então, um desafio encarar a leitura sob a ótica do prazer, deixando que a subjetividade norteie o final que será dado após uma leitura, ou seja, sem a necessidade de encrudelecer e distanciar a relação leitor-autor-obra.
Podemos pensar na possibilidade de se