Analise do Teatro Absurdo

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e atendermos à etimologia do termo absurdo, este remete-nos para o latim absurdu, ou seja, contrário à razão, contraditório, disparatado. O teatro do absurdo seria assim, um teatro pautado por uma visão irracional, e disparatada da realidade. Não menosprezando a importância de uma explicação etimológica do termo, esta revela-se claramente redutora face à complexidade do conceito em análise, pois este encerra uma nova atitude perante as artes, a filosofia, a religião, a política, a sociedade, enfim, uma nova atitude entre teatro e realidade. Esta posição do teatro face à realidade tem também de ser compreendida à luz do Zeitgeist, no qual este teatro surge, bem como à luz das influências, das especificidades e sensibilidades autorais, já que o teatro do absurdo é constituído por uma rede de autores, que compreendem o mundo de formas diversas, transpondo estas visões para diferentes formas de entender e criar teatro. Mais do que atender às especificidades de cada autor, tentaremos traçar as linhas gerais, os pontos de contacto, que afinal fazem com que se tivesse convencionado juntar determinados autores e obras no universo teatral do absurdo. O primeiro crítico que tentou tal sistematização foi Martin Esslin, em 1961, na sua obra, ainda hoje de referência, The Theatre of the Absurd. E qualquer sistematização terá de começar pelo início: o contexto.

Devemos naturalmente inserir o teatro do absurdo num contexto europeu, pós- Segunda Guerra Mundial. Com os escombros deste conflito, emerge também uma identidade fragmentada, despedaçada por uma descrença e cepticismo generalizados: Todos os pilares, nos quais assentava a nossa civilização estavam também reduzidos a pó. Política e ideologicamente o Homem tinha falhado, já que tanto os sistemas capitalistas democráticos, como as ditaduras não haviam conseguido evitar a guerra, e, como tal, tinham impedido o Homem de avançar de forma optimista para a perfeição e progresso ilimitado. Filosofica e cientificamente a crença

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