Analise do filme bmw vermelha
12/12/2008 10:25:48
Imagine-se o leitor saindo de sua casa de classe média (ou alta), localizada em um bairro nobre de uma grande cidade brasileira, junto com a faxineira, rumo ao bairro em que ela reside. A intenção?
Investigar o consumo no cotidiano de famílias pobres. Virá à tona talvez um receio de como você será recebido, ao lado de uma curiosidade sobre o que vai encontrar em campo. À medida que o ônibus avança, você é alertado pela companheira de viagem –“Olha, eu sou bastante pobre, viu?”– e a ansiedade aumenta. Quando o segundo ônibus inicia a subida do morro, você começa a enxergar o cenário com que pretende conviver nos próximos meses: um bairro popular, de casas populares, habitado em sua maioria por famílias de trabalhadores, semiqualificados ou sem qualificação, atuantes nos mais diversos setores, além de trabalhadores informais, aposentados, desempregados e alguns criminosos, de que provavelmente só ouviu falar. Foi assim que iniciei e conduzi o presente estudo, de cunho etnográfico.
Busquei compreender como indivíduos situados nos estratos mais baixos da hierarquia social brasileira se relacionam entre si –e com o mundo– por meio da aquisição e do uso dos mais variados bens e serviços, bem como em que medida facetas de sua identidade social –tradicionalmente definidas
Um mapa inicial da base da pirâmide brasileira.
Estudo etnográfico com seis famílias de um bairro periférico de
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, revela como o consumo, não o trabalho, é que distingue os pobres uns dos outros, e descreve peculiaridades desse consumo. Por Rodrigo Bisognin Castilhos
I Rodrigo Bisognin Castilhos é coordenador do curso de administração de empresas da Faculdade de Integração do Ensino Superior do Cone Sul – Fisul, de Garibaldi, além de professor da instituição. É pesquisador da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
CONSUMO DAS CLASSES C, D e E/TENDÊNCIAS-1
HSM