Analise Do Conto A igreja do Diabo
De Machado de Assis.
Dentre todos os estilos de época, o Realismo foi aquele com maior influência na obra de Machado de Assis. O conto ‘A Igreja do Diabo’ é mais um dos que foram marcados com as características realistas. Através de uma narração em 3ª pessoa, o leitor é apresentado ao protagonista, o Diabo, e à sua ideia de fundar sua própria Igreja. Este, então, vai até Deus, para comunicar-lhe a ideia recém-surgida, e, após um diálogo sofista, enfim desce a Terra, para lançar a pedra fundamental de sua religião. A Igreja então é fundada, e em poucos anos, a nova religião se espalha por todo o mundo, acolhendo cada vez mais seguidores. Mas eis que o Diabo tem uma surpresa ao notar que muitos de seus fiéis praticavam, às escondidas, as antigas virtudes pregadas por outras religiões, virtudes estas que eram condenadas pela nova religião. Por fim, o Diabo volta a subir aos céus para ter com Deus, acreditando que este estava por trás dos recentes deslizes de seus fiéis. O conto é finalizado então com as palavras que Deus disse ao Diabo:
"Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana." O conto possui um objetivo claro, que é demonstrar a fraqueza e ‘contradição’ humana. A religião representa um extremo, ao qual seus fiéis devem supostamente obedecer. Ocorre porém que como seres imperfeitos, os homens são sempre contraditórios, sendo incapazes de viver em um desses extremos. No conto, o Diabo acredita que a índole humana é ruim por natureza, e que seguindo as religiões até então existentes, as pessoas estavam apenas escondendo suas verdadeiras faces, e então, funda uma Igreja com o objetivo de criar condições para que os homens revelem sua real índole. No entanto, o que ocorre é que, assim como não era capaz de seguir todas as virtudes exigidas pelas religiões anteriores, a