Analise do cogito
O argumento do cogito é um dos mais famosos argumentos da tradição filosófica. A primeira conclusão é que não posso estar errado ao pensar que existo, o que parece ser válido um vez que o pensar pressupõe o existir. Não posso pensar sem existir; logo, se penso que existo, necessariamente existo. A segunda é que, se creio que existo, então sei que existo; trata-se portanto de um certeza que adquiro sobre minha existência. Entretanto, essa conclusão pode ser questionada, e não parecer decorrer imediatamente da anterior. Eis por que a crença na minha existência não implica que eu tenha um caminho certo acerca disso; não há certeza antes que eu saiba exatamente o que é o cogito que pensa. O argumento pode no máximo estabelecer a existência do cogito, mas não o que este é. Portanto não posso, a rigor, saber que existo. Ter conhecimento disso, já que o conhecimento supõe a possibilidade de justificar e explicar a minha crença, o que não é possível simplesmente a partir do argumento do cogito. Do mesmo modo, quando, no contexto da primeira meditação, penso que 2+3= 5, estou certo porque isso é verdadeiro, porem não posso saber disso, não tenho como justificar a verdade da minha crença. A evidência do cogito, se entendida como intuitiva e impeditiva, não me dá, entretanto, meios para justificar e explicar a verdade alcançada.
A verdade a que podemos chegar a partir do método da duvida não pode ser vista assim como uma premissa a partir da qual todas as outras verdades se seguem, mas apenas como a base para um discurso racional, tornando possível reconhecer outras verdades.
De qualquer forma, afirma que é isso o que posso saber – a existência da substancia pensante. Não posso, entretanto, saber mais nada, além disso, uma vez que tudo o mais permanece ainda sob dúvida. Sequer posso saber o que sou. - Já que para isso precisaria conhecimentos adquiridos, o que não me é permitido pela certeza do cogito. Esta é a raiz de celebre dualismo corpo-mente em