analise do artigo la rebelión de las esclavas

APRESENTAÇÃO

Neste trabalho, será feita uma análise do artigo La rebelión de las esclavas, de Lurdes
Orellana, publicado em agosto de 2013 para o site aragonês AraInfo. Orellana veicula crítica ao tipo peculiar de hostilização à mulher do século XXI: o machismo velado pós-feminismo, que está presente, por exemplo, na violenta empreitada do governo espanhol contra a cidadania das mulheres desse país, cidadania essa conquistada a ferro e fogo pelo feminismo. É diante dessas tentativas recorrentes de anular os progressos feministas que se manifesta mais urgentemente a necessidade de luta da mulher contra o machismo.
Com o presente texto, o grupo visa a conduzir uma reflexão acerca das estruturas e conjunturas da sociedade heteropatriarcal1 e, pelo estudo do caso espanhol, também à convocação do leitor ao questionamento da manutenção desse modelo social também no Brasil.

INTRODUÇÃO
É uma estranha experiência, para um indivíduo que se sente como sujeito, autonomia, transcendência, como um absoluto, descobrir em si, a título de essência dada, a inferioridade.
(BEAUVOIR, 1949, p. 39)

À espécie humana e às demais espécies é próprio o exercício de uma atividade vital, que contém todos os seus caracteres e lhes assegura a perpetuação.
No entanto, embora exista essa semelhança, o homem se distingue de seus parentes evolutivos, pois estes se identificam com suas atividades vitais e, segundo o pensador alemão
Karl Marx:

Produzem o estritamente indispensável a si mesmos ou aos seus [descendentes]. Só produzem em uma única direção [...] e sob a compulsão de necessidade física direta. [...] [S]ó produzem a si mesmos, pertencendo os frutos de sua produção diretamente a seus corpos físicos [... e estando o que] constroem
[somente] de acordo com os padrões e as necessidades da espécie a que pertencem. (MARX, 1844)

1

O heteropatriarcado (heteronormatividade + patriarcado) é a garantia, na sociedade, de um “direito masculino à fêmea”. Todas as