analise de texto
Mesmo que muito já se tenha escrito sobre a transferência de sede do governo colonial para o Rio de Janeiro, ainda há o que dizer acerca da importância intrínseca do fato de algumas de suas implicações. Sem duvida, para tal simplificação interpretativa de fato cuja significação real é, contudo, múltipla e complexa, concorre sua própria e singular posição na cronologia brasileira. Como já ocorria com Southey: “ Por esse tempo foi a sede do governo do Brasil transferida para o Rio de Janeiro. Ficando mais perto tanto de Minas como do Prata, adquirira esta cidade maior importância que a Bahia, sobre ter a vantagem de ser mais segura e bem fortificado o seu porto, enquanto no da antiga capital era incapaz de tal defesa.” No Maranhão, a definição do território, responsável pela criação da nova Capitania de São Jose do Rio Negro (1755), obrigou ao estabelecimento, desde Macapá ate o Rio Negro, de uma linha de fortes, novos ou reformados, que acompanha o eixo administrativo e, portanto, a linha natural de comunicação neste trecho em que ambas coincidiam com a fronteira natural.No Estado do Brasil, seria diverso o curso dos acontecimentos, porem não no sentido geral da política pombalina e, também, sua proposição territorial-administrativa. De fato, a expressão “mais ao sul”, tão freqüente nas interpretações simplificadoras, não parece exata quando nos lembramos de que a costa do Estado do Brasil não passava ao Norte, do Ceara, com governo dependente ainda de Pernambuco, enquanto ao Sul sempre a conceituavam os portugueses como incluindo o estuário do Prata e, nela, a Colônia do Sacramento, ainda quando em duvida de jure ou de facto, a posse desta. Velha como Tordesilhas, a questão do Sul, que tantas reproposições conhecera, mais uma vez se aguçou com a Guerra dos Sete Anos. Tais fatos e sua imediata conexão com a transferência da capital são inegáveis; todavia, a rendição da Colônia do Sacramento e, sobretudo, a invasão de região