Analise de poemas
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
* Bahia – cidade Salvador. * Jogo do passado e presente da sociedade baiana. * Eu-poético expressa que no passado e no presente tudo continua igual, sem mudanças, ele é observador e afirma que a riqueza, devido á exploração comercial, se ia continuar e desejava ver a Bahia mudar. * Queria ver a Bahia, sendo governada por uma sociedade mais seria. * Ironia e sátira.
A Jesus Cristo Nosso Senhor
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta piedade me despido;
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
* Literatura Sacra. * Destaca-se o medo da punição divina, o desespero pela busca do perdão, sendo que geralmente, se associam esses princípios ao arrependimento na hora da morte. * Culpa x perdão. * Baseia-se numa passagem do Evangelho de S. Lucas, capítulo 15, versículos 2 a 7.
Achando-se um braço perdido do menino Deus de N. S. das Maravilhas, que destacaram infiéis na Sé da Bahia
SONETO
O todo sem a parte não é todo;
A parte