Analise de autor e obra
Euclides da Cunha inicia sua obra introduzindo três tipos antropológicos que constituem a base racial da qual deriva as sub-raças brasileiras. Ele deixa explicita sua preocupação com tal miscigenação, devido a suas hipóteses evolucionistas, pois nelas ele argumentou que quanto mais mistura houvesse, mais fracos seriam os homens, tanto física como moralmente.
O primeiro tipo a ser citado é o indígena, que segundo o autor, eram originários de raças naturais do continente americano. O segundo são os negros, considerados o tipo mais dominado e desprotegido entre os três. O terceiro tipo, os portugueses, aqueles que trouxeram para o Brasil a “genética civilizada”. Para o autor, não adianta tentar descobrir qual seria a raça dominante, graças à contínua miscigenação, que viria a criar cada vez mais sub-raças, sem poder, portanto, indicar uma unidade racial. E já que fisicamente este povo estava comprometido, a única forma de eles sobreviverem seria o progresso social.
Cunha fala sobre o desenvolvimento ou não de certas habilidades físicas associadas ao meio geográfico, onde clima e relevo eram determinantes da população de certa região, como o litoral ou o sertão, habitados, respectivamente, por mulatos ou sertanejos, duas sub-raças.
Tratando primeiramente dos mulatos, Cunha diz que a mistura de brancos e negros já acontecia em Portugal, mas que ao chegar ao Brasil, tornou-se irreversível. Ele citou também a cruel subordinação dos escravos africanos, que eram comparados a animais de carga. Os mulatos brasileiros surgem da subordinação dos negros misturados aos vícios dos brancos, originando um tipo característico do litoral. O segundo tipo, os sertanejos, que remontavam os bandeirantes de São Paulo misturados aos indígenas, eram considerados uma sub-raça mais pura e também mais forte. O homem do sertão podia ser caracterizado de três formas: o jagunço, o vaqueiro e o gaúcho, contudo, o jagunço era o que mais se