Analise da Saia Almarrotada
MESTRADO EM TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA
DISCIPLINA: LITERATURA COMPARADA
PRF DR MARIA TERESINHA
ALUNAS: THAÍS LUNA
VALÉRIA ALVES
WANNESSA CARDOSO
Questão 1
Na década de 30 as mulheres moçambicanas eram recrutadas para a mão de obra pesada, como justificativa, a administração colonial alegava a necessidade de pagamento das dividas de seus parentes masculinos. Ao analisar alguns fragmentos do conto percebe-se como o autor retrata o contexto da sociedade colonizada e os sentimentos desse povo que era reprimido pelo sistema colonial.
“Nasci para a cozinha, pano e pranto...” “Eu tinha joelhos era para descansar as mãos”
“Única menina entre a filharada, fui criada por meu pai e meu tio”
O autor descreve o papel da mulher na sociedade colonizada de Moçambique e mostra como ela era escravizada. A mulher nasce predeterminada aos serviços domésticos e a mão de obra pesada, sem liberdade para buscar autonomia, independência e identidade.
A partir de 1938 a administração colonial passou a exigir que a cobrança do imposto fosse per capita e desse modo, as mulheres entre 18 e 60 anos também deveria pagá-lo, favorecendo a prostituição no país. Nos fragmentos abaixo a protagonista revela a condição da mulher diante do cenário da prostituição.
“Elas descobriam as pernas para maravilhações”
“Meu rabo nunca foi louvado por olhar de macho”
Subentende-se nas entrelinhas dos fragmentos acima, que ao mesmo tempo em que há uma falta de erotismo da personagem, ela demonstra desejo pela sexualidade. Dentro do conto o escritor aponta ainda para o fato de que o sexo era uma obrigação, só tinha serventia para procriar, o prazer, as mais variadas fantasias que uma relação amorosa poderia proporcionar às mulheres eram totalmente cortados de seu imaginário, seus sentimentos, seus direitos eram totalmente negados, esvaziados de todas as formas. O ser feminino perdia a sua alma e a essência do sentir, era despojado de tudo e até de sua