Analise da Letra Telegrama
A princípio, o “eu-lírico” do autor posiciona o protagonista de sua história, cantada em versos, em uma situação de melancolia profunda (hipótese: depressão). O autor faz a comparação deste “estado de espírito” através de diversas metáforas. “Top modelmagrela na passarela” é a primeira, para dizer que ele não sentia graça na vida. Provavelmente, esse confronto de idéias aconteceu em função da expressividade negativa que uma top model transmite-lhe, devido à sua magreza aqui representada pela ausência de vida.
Em um segundo momento, utiliza a metáfora do “paulistano solitário”, obviamente por ser essa a leitura que ele faz dos indivíduos que moram em uma grande metrópole, tal qual é a cidade de São Paulo em relação às outras capitais do país. A metáfora da solidão ainda é acompanhada por mais duas expressões: “que um canastrão na hora que cai o pano”, ou seja, na hora em que o corrupto é descoberto, mesmo não agindo sozinho, ele fica solitário diante do crime. Quando desmascarado, todos fogem de perto dele para não se comprometerem. “Vilão de filme mexicano” é aquele que sempre leva a pior no final dos acontecimentos e acaba sendo punido isoladamente, seja com a prisão, seja de forma trágica como a morte. O protagonista situa-se como um “bobo”, um “tolo”, dominado pela tristeza. De repente, com a chegada de um “telegrama” que, no sentido figurado, pode representar muitas alternativas, mas das quais eu cito “uma boa notícia de amor”, ele muda imediatamente de humor, passando a um estado de euforia acima da “normalidade”. Nem mesmo presta a atenção no lugar de origem do telegrama, pouco se importando com isso. O que realmente faz caso é que ele recebe a informação de que é amado por quem ele ama. Tal surpresa faz com que ele passe para uma situação de extrema alegria, distanciando-se até mesmo da crítica no momento em que pensa em “mandar flores ao delegado”, “bater na porta do vizinho e desejar bom dia” e “beijar o