Analise da escola pitagorica
O erro fundamental dos princípios pitagóricos se encontra na sua confusão entre a ordem abstrata das matemáticas e a ordem real do ser. Mas, ao mesmo tempo, o valor de seu aporte filosófico é considerável. O progresso de seu pensamento é múltiplo.
1º – Supera a consideração material dos jônicos pondo em seu lugar uma consideração racional, mais profunda, mais universal e mais científica.
2º – Introduz o conceito de harmonia e, com ele, o conceito da ordem e da lei, que se aplica não só ao Universo mas também a cada coisa em particular.
3º – Não cultiva somente a Física e as Matemáticas, mas desenvolve também uma ética bastante pura e sublime.
4º – Em geral determina mais cuidadosamente a relação entre o entendimento e o experimento científico – a experiência -, admitindo certo domínio do primeiro em relação ao segundo no conhecimento científico do mundo, ou seja, o conhecimento não é meramente dependente da experiência, mas a determina, a ordena e a eleva a noção científica. Nisto consiste o elemento saudável de seu racionalismo.
Mas, por outro lado, falta o conceito claro de Deus, pois a filosofia pitagórica se inclina mais para uma espécie de panteísmo(1) emanativo, ainda que não rechace o politeísmo popular.
(1) – Panteísmo – Numa análise etimológica Pan (tudo, completude) e Teísmo (crença em Deus). Doutrina filosófica que afirma a identidade substancial de Deus e o mundo. Vale lembrar que os antigos gregos professavam o panteísmo e nos lembrar do momento histórico em que a escola pitagórica se encontra. Já o politeísmo, em contraposição, é a doutrina filosófica que admite a existência de vários