Analise crítica - filme o primeiro mentiroso
Mark é um homem trabalhador sem muito sucesso/reconhecimento. Ele trabalha como roteirista para o cinema e se apaixona por Anna – Uma mulher muito bonita, mas que vive uma infelicidade tamanha e muito ingênua e, sobretudo, extremamente sincera. Mas por ser um homem diferente do padrão comercial e televisivo: alto, corpo atlético e rosto másculo perfeito. É um gordinho com o nariz arrebitado e fracassado, financeiramente e amorosamente. O que torna a tentativa do romance impossível, até que ele prove o contrário. As pessoas nesse mundo que ele vive são tão diretas e verdadeiras que expressam sem pudor seus preconceitos e intolerâncias.
"O Primeiro Mentiroso" (The Invention of Lying, 2009) retrata um mundo onde as pessoas só falam a verdade e não existe o conceito de decepção. No filme, a mentira não é tratada pelo viés moral e sim sobre um mundo incapaz de mentir não por livre-arbítrio, mas por amoralidade. A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. O tema da mentira sempre foi tratado dentro do campo da moral: a verdade e a honestidade são vistas como virtudes que, no final, sempre acabam se impondo à mentira. O filme inverte a questão ao colocar a mentira no campo da amoralidade. A narrativa com humor negro num mundo onde todos falam a verdade e, lá, não existe o conceito de mentira. Franqueza, honestidade e sinceridade extrema não são bem os termos que possam ser aplicados aos habitantes desse universo fictício. Essas são categorias morais. O problema das pessoas do filme, é que eles são amorais: simplesmente dizem o que lhes vem à mente sem saberem a oposição entre verdade/mentira, moral/imoral. Eles se comportam assim não por uma opção moral sendo que, no mundo real, a Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo