Analise critica
É impossível pensar nesse filme como um todo sem voltar os olhos para a sociedade, que depositavam todos os seus desgostos em um local de opressão. Uma sociedade que não aguentava as próprias dificuldades e imatura o suficiente para fugir da responsabilidade de assumir qualquer tipo de coisa. Apoiada pelo governo que por sua vez também tinha muito interesse em ver as cidades em ordem. Todos se apoiavam nessa razão, essa razão tão desumana e tão egoísta, incapaz de enxergar o outro como ser humano com suas necessidades, sentimentos e diferenças. Incapaz de assumir os seus próprios defeitos e preconceitos. Esbanjavam perfeição, sem manchas sem rugas, ninguém precisava saber. Era tão mais cômodo esconder. Pessoas eram escondidas todos os dias, viviam na sombras a margem da sociedade, sem condições para se reerguer eram entupidas de remédios, justamente para se tornarem cada vez mais alienadas em suas capacidades cognitivas. Nada era feito para salva-los. Cercados por grandes muros, grades, algemas. Ninguém podia ouvi-los, na verdade eles mal podiam gritar. Simplesmente sobreviviam todos os dias no caos do manicômio. Não havia respeito, nem as necessidades mais básicas da vida, urinavam e defecavam no chão, comiam do que havia de pior. Ninguém se importava. Só se pensava em controle e lucro é claro. Para manter um hospital daquele porte muito dinheiro precisava ser despejado. Quem eram os loucos? Quem realmente precisava de um choque de realidade? Muitas vidas foram destruídas, vidas que poderiam ter sido salvas. Qual é o padrão de loucura hoje e onde ele está escondido? Onde depositamos nosso preconceito hoje? Quantas vidas ainda serão destruídas por falta de humanidade, responsabilidade? Muito já foi feito mas há muito ainda pra se fazer, se entendermos que tudo que gira ao nosso redor é um reflexo de nós, talvez seja possível entender o que acontece no mundo.