Analise comparativa de "A armadilha" de Murilo Rubião

A vingança é um prato que se come fio, é o que diz o ditado, também é dito que ela é doce, essas palavras às vezes me fazem pensar que a vingança nada mais é do que um doce sorvete de chocolate que se espera ansiosamente durante toda a manhã para que possamos desfrutar depois do almoço. Saborear este prato tão simples, mas que às vezes pode ser montado de maneira tão requintada, com cobertura de caramelo, confeitos e outros detalhes que tornam esta experiência agradável ao ego pode acontecer de várias maneiras, pode-se ir devagar, comendo de colheradas pequenas para sentir totalmente o sabor ou pode-se ser rápido e apenas sentir um pouco do gosto meio amargo do chocolate e o gelado que vem ao contato com a língua. Edgar Allan Poe e Murilo Rubião parecem ser do tipo que espera pacientemente pela sobremesa e que a degustam sem muita pressa, sentindo totalmente o sabor da vingança. Em “O Barril de Amontillado” e “A Armadilha” eles constroem longos caminhos para um final parecido, mas o ponto de vista é totalmente contrário, no topo de um edifício temos a vitima de uma vingança e seu ponto de vista, e dentro de uma gigantesca adega temos a visão do vingador da construção de uma armadilha fatal.
Edgar Allan Poe é visto primeiramente como um autor de terror, enquanto Rubião como um escritor de fantasia e pelo grande publico eles podem ser vistos como autores distantes um do outro, mas com um olhar mais detalhado é possível encontrar várias semelhanças entre a literatura criada pelos dois. Para Stephen King a fantasia é o gênero e o terror é uma subdivisão deste gênero, para a construção da fantasia é preciso fazer uso da imaginação, a maneira que essa imaginação é usada que cria o subgênero do Terror. Ainda para King o Terror se divide em três categorias, o terror em si que faz com que as pessoas sintam um medo pulsante ao ter contato com texto literário, o horror que vem sorrateiro junto com um suspense que deixa o leitor imaginando o que pode acontecer a seguir e