Analise Abril despedaçado
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O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, fala do conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino. Essa história também fala da pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da fabricação da rapadura e enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto. Menino, é vítima constante de violência apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos. O filme mostra uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola. Percebe-se no filme também que eles faz com que a hierarquia prevaleça e o respeito tanto pelos antepassados quanto pela patriarca da família que era quem ditava as regras. Apesar da crueza da temática, o que se vê é um filme belo, poético, repleto de simbolismos e – por que não?- esperançoso. Narrado por Menino ou Pacu (personagem vivido por Ravi Ramos Lacerda), o filme vai descortinando a trama de violência e desestruturando a tradição através das reflexões e ações do próprio Pacu. “Em terra de cego quem tem um olho é doido”, a fala do personagem simboliza que o mais sensato, quando ninguém enxerga a insensatez, é o único louco. E cabe a ele, a Pacu, o menino, romper com