Analise 1
Peter L. Berger e Thomas Luckman entendem que a construção da realidade, apesar de possuir verdades e fatores subjetivos, somente é validada a partir da experiência societária. De fazer parte de algo, de pertencer a algum grupo ou tribo, de modo que as experiências sociais são dinâmicas e não estáticas: a própria sociedade é um ser pulsante e cíclico, e devemos entendê-la pela sua natureza dialética, que se compõe de três fatores principais e conseguintes: a exteriorização, a objetivação e a interiorização. Esse processo não é cronológico, mas decorre da predisposição inata que temos para a sociabilidade.
Os autores destacam que a apreensão da realidade e sua internalização não resulta de criações autônomas de significado por indivíduos isolados, mas começa com o fato de o indivíduo assumir o mundo no qual os outros já vivem. Em outras palavras, não se pode fugir da sociedade, e, mesmo os excluídos e as minorias psicológicas não conseguem se isolar de um espectro maior e macrocósmico das relações interpessoais: a socialização se faz necessária de um modo ou de outro, independente da vontade interna do sujeito de conscientemente evitá- la.
Em ordem, eles analisam as fases em duas: a socialização primária e a secundária. A primária é aquela que acontece quando o indivíduo reconhece as regras básicas de convivência em sociedade e consegue parametrizar a normalidade de suas ações em público. Essa fase caracteriza-se pelo reconhecimento do outro e do espaço do outro. Em qualquer caso, na forma complexa de interiorização, não somente “compreendo” os processos subjetivos momentâneos do outro, mas “compreendo” o mundo, uma vez “assumido”, pode ser modificado de maneira criadora e até recriado. A socialização secundária é qualquer processo subseqüente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo da sociedade (grupos, subgrupos, etc).
Considerando que os autores validam a existência da realidade como relativa, assim como a