Ana N 1 7 D
Impressão digital
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns que eu vejo no mundo escolhos onde outros, com outros olhos, não vêem escolhos nenhuns. Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores uns outros descobrem cores do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas onde passa tanta gente, uns vêem pedras pisadas, mas outros, gnomos e fadas num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos, querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
1.Mancha gráfica do poema Observando o poema, facilmente se observa que este apresenta uma mancha regular sobre a folha. Os versos iniciais de cada estrofe são grafados com maiúsculas. Apresenta pontos de interrogação, vírgulas, e pontos finais, com o predomínio dos pontos finais. Este poema não cria efeitos visuais.
2.Aspetos formais
A medida dos versos
“Os/ meus/ o/lhos/ são/ uns/ o/lhos “ = sílabas métricas 1 2 3 4 5 6 7
O que podemos concluir?
Ao nível de estrutura externa, o poema está escrito em versos. A maioria dos versos tem sete sílabas métricas (heptassílabo). Os versos por sua vez agrupam-se em cinco estrofes com um número variável de versos (dois e cinco) descrevendo, assim, uma estrutura irregular constítuida por quatro quintilhas e um dístico
3.Recursos Fónicos
A rima: esquema rimático e classificação de rima
Os meus olhos são uns olhos a
E é com esses olhos uns b que eu vejo no mundo escolhos a onde outros, com outros olhos, a não vêem escolhos nenhuns.b Quem diz escolhos diz flores. c
De tudo o mesmo se diz. d
Onde uns vêem luto e dores c uns outros descobrem cores c do mais formoso matiz. d
Nas ruas ou nas estradas e onde passa tanta gente, f uns vêem pedras pisadas e, mas outros, gnomos e fadas e num halo resplandecente.