Resumo: Ana Justina Ferreira Néri, nascida na Rua da Matriz nº 7, na Vila de Cachoeira, Província da Bahia, em 13 de dezembro de 1814 e falecida no Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880, era filha de José Ferreira de Jesus e de Luísa Maria das Virgens, uma família patriota e religiosa. Tinha quatro irmãos: Joaquim, Manoel, Ludgero e Antônio. Casou-se aos 23 anos com o capitão-de-fragata Isidoro Antônio Néri, mas como marido estava sempre ausente, trabalhando em alto-mar, Ana acostumou-se a ter sob sua responsabilidade todos os encargos da família. Poucos anos depois do casamento Isidoro morreria no Maranhão, a bordo do brigue Três de Maio, deixando-a viúva aos 29 anos de idade e com três filhos pequenos para educar. Ana, então viúva, cria seus três filhos: Justiniano de Castro Rebelo (médico e militar incorporado), Isidoro Antônio Néri Filho (médico) e Pedro Antônio Néri (militar de carreira). Ao irromper a Guerra do Paraguai (Dezembro de 1864), os filhos e o irmão de Ana foram convocados para lutar no campo de batalha. Sensibilizada com a dor da separação, Ana requereu ao presidente da Província da Bahia, conselheiro Manuel Pinho de Sousa Dantas, que lhe fosse facultado acompanhar os filhos e os irmãos (major Manuel Jerônimo Ferreira - Batalhão Princesa Imperial e Joaquim Mauricio Ferreira - 41º Corpo de Voluntários da Pátria) durante a guerra ou, ao menos, prestar serviços nos hospitais do Rio Grande do Sul. Dois dias depois Souza Dantas deu ordens ao comandante do Conselho das Armas para que Ana Néri fosse contratada para trabalhar na Guerra do Paraguai, o que a tornou a primeira enfermeira voluntária do Brasil e precursora da Cruz Vermelha Brasileira. Foi assim que ela seguiu imediatamente para o estado sulino, onde aprendeu noções de enfermagem e entregou-se com dedicação à tarefa de cuidar dos feridos de guerra, apesar das grandes dificuldades que enfrentava para desempenhar suas atividades, tais como a falta de condições de trabalho, de higiene e de