ana harednt zoa
1440 palavras
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As origens do totalitarismo de Hannah ARENDT (Meridian Books, 1958, 510 p.)Considerado pela crítica internacional um clássico sobre o fenômeno totalitário do século XX, especialmente as duas versões mais destacadas, o nazismo e o estalinismo, o livro de ARENDT apresenta um estudo sistêmico ontológico e funcional da história humana recente, e com reflexos no século XXI.
Ela fala muito pouco sobre o fascismo autocrático latino, um gênero mais brando de totalitarismo cujo objetivo se expressa na dominação do Estado e no controle do indivíduo, enquanto o totalitarismo nazista e estalinista é entendido não só como a dominação do Estado sobre os cidadãos, como a despersonalização do próprio indivíduo.
ARENDT argumenta que o totalitarismo se situa de um lado na evolução do antissemitismo em racismo, e do outro lado, na evolução do marxismo em despotismo. O propósito de unir os dois alicerces (nazismo e estalinismo), em um só edifício intelectual, torna o livro ‘As Origens do Totalitarismo’ no mais importante estudo comparativo dos dois principais males do século XX, ainda não totalmente superados, apesar da queda de ambos em tempos diferentes.
Para o início do século XXI, quando Coréia do Norte e Cuba mantêm o legado de Stalin, e a própria China oscila entre a modernização econômica e a política conservadora do passado, o assunto é sempre palpitante porque a nova versão do fascismo latinoamericano, tão amplamente divulgada pelo bolivarianismo, recolhe um mingau de procedimentos do passado e mistura com as velhas políticas populistas para construir um modelo de Estado apoiado nas antigas oligarquias e na eliminação da oposição nas urnas e na sociedade, ressuscitando uma lição incapaz de superar o mais tosco desenvolvimento liberal.
As raízes históricas do antissemitismo estão na formação dos estados-nação da idade média, que são as primeiras manifestações de etnia e nacionalismo, aos poucos transformadas em antagonismo político com o cosmopolitismo judaico. Um