ampliando a noção de leitura

O processo de formação global do indivíduo, ou seja, a sua atuação social, política, econômica e cultural define o que tratamos como leitura. No entanto, ainda hoje prevalece a pedagogia do sacrifício, do aprender, sem se colocar o porquê, como e para quê, impossibilitando assim compreender verdadeiramente a função da leitura, o seu papel na vida do indivíduo e da sociedade. Mas também se sabe que nenhuma metodologia de alfabetização, leva por si só á existência de leitores efetivos. Para abrir perspectivas que minimizem esses problemas, muitos educadores apregoam a necessidade da constituição do hábito de ler. A leitura seria a ponte para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo, mas seria preciso, assim, investigar os inúmeros fatores determinantes dessa situação, entre os quais ressalta o de a leitura estar limitada á escola, com a utilização dos chamados livros didáticos. Esses textos dão a ilusão de tornar pessoas aptas a conhecer e até a ensinar as mais diferentes disciplinas, sendo que na verdade, mais inibem do que incentivam o gosto de ler. Esse é o resultado da política educacional e do sistema sócio econômico desastroso do Brasil. A crise da leitura é uma questão ampla e complexa que vem também da precariedade da instituição escolar determinando e limitando opções; sobretudo para modificar esse quadro, são necessárias reformulações expressivas no sistema político-econômico e sócio cultural de modo a permitirem melhoria efetiva de condições de vida da imensa maioria desfavorecida. Nossos educadores de hoje devem repensar suas práticas profissionais e passarem a agir objetiva e corretamente em face dos desequilíbrios e desafios que a realidade apresenta. Ampliar a noção de leitura deduz transformações na visão de mundo em geral e na de cultura em particular. Assim, o ato de ler se refere tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do ser humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e