Amor
Para isso, precisam colocar por escrito os fatos que são contados de boca a boca, de pai para filho. Como a maioria dos moradores são analfabetos, para preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, são obrigados a recorrem ao ex-carteiro da cidade. Um homem banido por todos, que para evitar que o posto do correio do lugar seja fechado começa a escrever cartas para pessoas de outras cidades e conhecidos seus, contando mentiras e calúnias dos habitantes da cidade, para poder assim gerar movimento na agência, e evitar o fechamento da mesma, preservando assim o seu emprego.
O carteiro chamado Antonio Biá, é convocado pelo povoado do Vale de Javé a pôr no papel às histórias contadas há anos pelos moradores, sobre a fundação da cidade, os personagens grandiosos e cheios de virtude que habitavam suas lembranças. Neste caminho, Biá vai conhecendo a fundo as fantasias, as memórias e as lembranças do povo de Javé. Mas a escrita destas histórias, tão diferentes umas das outras, não estava fácil.
Nesse contexto, o filme aborda diversos temas como, a formação cultural de um povo; heranças históricas; crenças; valores; oposição entre memória, história, verdade e invenção; fala; confronto entre o progresso e as tradições do vilarejo.
Os relatos dos moradores, que não conseguem se entender entre suas versões, os casos contados, a verdadeira fundação de Javé, o papel e a forma da morte de Indalécio, seu fundador, e da participação de Mariadina, tornam-se