amor ao proximo
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 19.19) é o ponto alto da ética cristã. No entanto, o que esse mandamento significa e o que ele requer, assim como acontece com muitos princípios morais bons, é ambíguo, porém exigente, sério e urgente do ponto de vista espiritual, haja vista a atual situação secular em que vivemos, onde predominam o desrespeito ao outro, a violência humana, um materialismo desenfreado e o descaso para com os valores éticos.
A questão que se coloca aqui é do ponto de vista filosófico: Até que ponto “Amará o teu próximo” é consistente em tolerar as crenças e práticas de seu próximo, quando você acredita que essas crenças causarão sofrimento eterno a ele? Como você poderá amar os outros apropriadamente sem agir para prevenir esse terrível destino? Isso se torna ainda mais complicado quando consideramos o princípio todo “amarás teu próximo como a ti mesmo”.
Afinal de contas, uma característica clara do amor por si mesmo é que você age para prevenir seu próprio sofrimento eterno, quando possível. Assim, se é necessário amar o próximo como a si mesmo, e uma consequência de amar a si mesmo é agir para evitar o sofrimento (incluindo o sofrimento eterno), então parece que também é necessário agir para prevenir o sofrimento eterno dos outros. Porém, amar aqui deve apontar para a caridade e fazer com que o outro se liberte do sofrimento, que muitas vezes pode ser o pecado ou o mal ao qual está envolvido, muito embora que a liberdade entendida aqui implique em negar a si mesmo.
A questão se desenrola e desemboca numa compreensão mais ampla: a espiritual. Nossa renúncia ao pecado e ao egoísmo, bem como ao individualismo presente como um fim em si mesmo deve visar à santidade, à comunhão com Deus, mas também ao bem de nosso próximo. Daí, Ele requer que sejamos longânimes com os mais fracos, a fim de ganhá-los para Cristo pelo amor.
Para se praticar ou viver um verdadeiro cristianismo, deve-se ter amor ao