Amigo da onça
Também conhecida como a doença do beijo, a mononucleose costuma acometer os adolescentes, quando despertam para a vida sexual. Provoca febre, enfartamento dos gânglios do pescoço e das axilas, comprometimento do fígado e do baço, entre outros sintomas.
O vírus responsável pela doença é o Epstein-Barr, da família Herpesviridae, transmitido pela saliva contaminada num contato íntimo entre as pessoas, daí o nome doença do beijo.
O diagnóstico pode ser feito por um exame de sangue específico. Quando adultos fazem esse exame, a maioria fica sabendo que foi infectada pelo vírus e teve a doença no passado sem se dar conta de sua atividade, pois os sintomas foram confundidos com os de infecções banais comuns na infância e na adolescência. Em alguns casos, porém, os quadros são mais intensos e prolongados, a febre é alta e custa a desaparecer, o que assusta muito os pacientes e seus familiares. ENTREVISTA COM UM ESPECIALISTA DA DOENÇA Drauzio – É justificada a fama de doença do beijo que a mononucleose tem?
João Mendonça – É uma fama justificada. Tendo em conta que a saliva é um dos veículos de eliminação do vírus, o beijo facilita sua transferência para a pessoa que ainda não foi infectada. Além disso, como a mononucleose tem pico de incidência entre os15 e os 25 anos, ou seja, entre adolescentes e adultos muito jovens, o beijo está diretamente implicado na transmissão do vírus pelo menos nas populações socioeconômicas mais diferenciadas.
Drauzio – Para o vírus ser transmitido é necessário haver contato íntimo entre as pessoas, ou ele pode ser transmitido pelas gotículas de saliva que eliminamos ao falar ou a tossir como acontece na tuberculose, por exemplo?
João Mendonça – O vírus da mononucleose é muito sensível às condições ambientais, de maneira que permanece viável por curto intervalo de tempo, o que dificulta sua transmissão se não houver contato muito estreito entre as pessoas. Essa é a razão pela