Ambundu
Ambundu em sentido restrito, os Kissama (Quissama), os Hungo, os Libolo, os Kibala
(Quibala), os Ngola, os Bângala (ou Imbangala), os Songo, os Chinje e os Minungo.
História
Os Ambundu são o povo dominante na região da capital angolana, mais precisamente nas províncias do Bengo, Kwanza Norte, Malange e nordeste do Kwanza Sul. Apesar de os portugueses terem travado relações comerciais com os Ambundu, logo após a sua chegada ao reino do Kongo, a partir da altura em que estabeleceram uma colónia permanente em Luanda, no ano de 1576, como base para o comércio de escravos, houve revoltas constantes contra a ocupação dos portugueses na região, sendo a mais famosa a encabeçada pela Rainha N'Ginga[nota 3].
Boa parte dos mais de 4 milhões de escravos traficados para o estrangeiro entre os séculos XVI e XIX (especialmente para o Brasil) eram Ambundu, já que este foi o grupo étnico onde a secular presença portuguesa na "cabeça de ponte" de Luanda teve mais impacto[2][nota 4].
O desenvolvimento da cidade de Luanda como capital e principal centro industrial levou a que muitos Ambundu se deslocassem para a capital, terminando na construção de imensos musseques nos arredores da cidade e levando a que, por causa da pesada presença dos portugueses e do grande número de mestiços lusófonos, o português se sobrepusesse à língua nativa, levando a que hoje muitos Ambundu só saibam falar o português[2]. Foi no tecido social constituído pela sociedade luandense e os Ambundu que começou a desenvolver-se, no século XX, uma identidade social "nacional", isto é, um sentido de pertença a Angola no seu conjunto. Gerou-se, em consequência disto, uma oposição à ocupação colonial