Ambição Bahiana
Impulsionada por um aporte do Vinci Partners, a rede varejista Le Biscuit quer dobrar o número de lojas, crescer 50% e conquistar novos mercados em todo o país. A ideia é chegar a um faturamento de R$ 290 milhões em 2012
A cliente entra na loja para comprar um presente para o filho, mas avista um botão idêntico ao que está faltando na sua blusa favorita. Dá mais alguns passos e se depara com enfeites de São João perfeitos para a festa da escola. Entra no corredor seguinte, vê uma pilha de cuscuzeiras e lembra que a sua, velhinha, já não faz um cuscuz tão gostoso. Por fim, encontra o chocolate que se esqueceu de comprar na última ida ao supermercado, estrategicamente colocado no caminho dos caixas. Na hora de pagar, percebe que gastou bem mais do que havia planejado, mas resolveu várias pendências numa tacada só. O comportamento da cliente — e de milhares de outras como ela, espalhadas pelo Brasil — ajuda a explicar por que a empresa baiana de varejo Le Biscuit faturou R$ 195 milhões no ano passado. A rede de lojas vem numa escalada de crescimento: 30% em 2010 e 43% em 2011. Como parâmetro de comparação, as vendas no comércio varejista cresceram apenas 6,7% no país em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O plano para 2012 é crescer ainda mais: 50%, pulando das atuais 22 lojas em cinco estados para 40 em oito estados, consolidando-se como referência no mercado nordestino e marcando território no Sudeste. “Uma empresa que pretende ser um player nacional tem de estar no país todo. Se a expansão continuar no ritmo atual, dentro de alguns anos vamos abrir nas outras regiões também”, diz Álvaro Sant’Anna, 36 anos, presidente da Le Biscuit. Ele reconhece que praticamente dobrar o número de lojas em um ano, com o custo médio de R$ 4 milhões por loja — R$ 2,5 milhões em capex (investimento em bens de capital) e R$ 1,5 milhão em capital de giro —, causa impacto no caixa. Mas acredita que não há nada a temer. “Isso tudo