Ambiguidade da autonomia escolar nas reformas educacionais
REFORMAS EDUCACIONAIS
Lílian Braga Alevato ¹
Zita Ana Lago Rodrigues 2
RESUMO
Ao propor uma reflexão da autonomia decretada pelas políticas descentralizadoras das reformas educacionais da América Latina e Caribe, o presente artigo, através de pesquisa bibliográfica, analisa os conceitos mais utilizados em estudos sobre o tema e retrata a incoerência entre a autonomia defendida nos discursos políticos educacionais (burocrática) e a autonomia necessária a prática da Gestão Democrática. Por meio dessa reflexão é possível identificar a forte influência do Banco Mundial e sua visão economicista nas reformas educacionais. No presente contexto histórico, as reformas tem como objetivo modernizar as instituições escolares, no entanto, utilizam medidas padronizadoras, que engessam a gestão administrativa e pedagógica e dificultam a emancipação da escola. Este texto convida às escolas a examinar os discursos políticos e as propostas feitas pelas reformas, afim de não aceitarem resoluções vazias e inalcançáveis e construir com as próprias mãos a sua autonomia, ferramenta tão necessária à Gestão Democrática, que é o caminho para uma educação libertária que é capaz de formar cidadãos conscientes, críticos, participativos e autônomos.
Palavras-chave: Gestão Democrática. Autonomia escolar. Reformas Educacionais. Políticas Descentralizadoras.
1. INTRODUÇÃO
Tão presente nas discussões e reformas descentralizadoras do cenário educacional atual, a inserção da autonomia nos discursos políticos- pedagógicos traz uma questão: existe autonomia imposta? Fez-se necessária a confrontação do conceito de autonomia decretada nas Reformas Educacionais em acordo com as resoluções liberalistas do Banco Mundial de descentralização, e a autonomia necessária no âmbito escolar para a construção de um sistema educacional democrático: a escola de todos e de cada um.
Na sociedade pós-moderna, caracterizada pelo