Ambiente eólico e lacustre
Ambiente de sedimentação eólico
Os sistemas deposicionais eólicos são domínios de sedimentação em que o vento é o principal agente geológico. Este é característico de desertos semi-áridos a hiper-áridos e macroambientes climáticos em que a precipitação anual é menor que 500m.
Morfologia granulométrica
As características mais distintivas do vento como agente transportador de grãos indivuduais, em relação à corrente subaquosa, são as menores viscosidade e densidade do meio. Essas características implicam que: a densidade efetiva (densidade do grão menos densidade do meio) do grão é maior no ar, a tensão cisalhante do ar, função direta de sua viscosidade, é mais fraca e a fricção entre grãos no leito tende a ser maior no ar. Assim, para colocar um grão em movimento, o vento deve enfrentar maiores resistências inercial (de corpo, ligada à densidade) e friccional (de superfície, ligada a viscosidade) que a água. Isso significa que para um mesmo grão, a velocidade crítica de transporte é muito maior no ar do que no meio aquoso. Como a baixa viscosidade do ar favorece o fluxo turbulento, a velocidade crítica para transportar areia é suficientemente elevada para gerar turbulência. O aumento da tensão resultante para cima que caracteriza o fluxo turbulento é suficiente para que maior parte dos grãos entre diretamente em movimento por mecanismos de saltação, ou mesmo de suspensão, tão logo atingida a velocidade crítica. Aos mecanismos de rastejo (arraste mais rolamento) cabe apenas papel subordinado, restrito às granulações entre areia média e grânulo.
Uma vez vencida a velocidade crítica, o vento tem grande capacidade de sustentação do transporte. A saltação implica impactos dos grãos contra o leito granular, o que reduz a velocidade crítica efetiva e induz uma hierarquia menor de saltações, denominadas ejecções (Anderson, 1987) ou reputações (Lancastes, 1995). Paralelamente, a vocação do vento para a turbulência