Ambientação à Fenomenologia
Tendo considerado a fenomenologia como algo mais que mera ferramenta, é necessário praticá-la, adotando uma atitude fenomenológica, vivendo fenomenologicamente. Para tanto, assim como dito por Merleau Ponty (??) e por Struchiner (2007), devemos ter claro que a fenomenologia almeja um retorno, uma volta às coisas mesmas, ou seja, ela pretende desconstruir a visão cientificista moderna de que a ciência é a verdade absoluta defendendo a existência de diferentes realidades, uma vez que a realidade é aquilo que o sujeito experiência. Dessa forma, o mundo objetivo é uma convenção intersubjetiva (para tornar possível uma convivência social), uma padronização das vivências subjetivas, enfim, é uma criação humana, uma das maneiras de compreensão e não a realidade primeira.
O fenomenólogo Husserl, vivendo num contexto de pós-guerra, afirma que a pretensa neutralidade cientifica gerou um distanciamento entre o mundo da ciência e o mundo-da-vida, uma vez que não abarca em seus estudos as questões humanas fundamentais, tal qual a ética e a cultura (STRUCHINER, 2007). Para ele se faz necessário lembrar que o mundo cientifico é uma construção das vivências subjetivas dos próprios cientistas e, por esse motivo não pode ser concebido como a verdade última das coisas. Seguindo essa mesma reflexão, Merleau Ponty (1999) reforça a ideia de que todo conhecimento que temos advém de nossas próprias experiências do mundo e, por isso, o homem jamais pode ser visto apartado de seu objeto de estudo, uma vez que o objeto de estudo é o mundo dele.
Adotando uma atitude fenomenológica passa-se