Amaterdan
5746 palavras
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Amsterdã - parte 01À meia luz, iluminados somente pela fraca lâmpada amarelada do abajur, (seu nome) e Luan deleitavam-se da presença um do outro, as pernas umas sobre as outras, sem saber dizer onde começava a dele e terminava a dela. O dia estava especialmente frio, então além do aquecedor, o calor humano era indispensável. Luan deslizou as mãos geladas por dentro da calça de moletom de (seu apelido), fazendo-a recuar a perna e voltar sua atenção a ele. lu abriu um sorriso sapeca, esquentando-a por dentro.
- Você não vai ficar enfiada nesse quarto os vinte e seis dias que ainda te restam aqui, vai? – (seu apelido) soltou um suspiro pesaroso, vendo-o se inclinar sobre o seu corpo.
- Nós vamos visitar sua mãe, não vamos? Eu vou sair. – deu de ombros e ele girou os olhos para cima em descrença. Apoiou os braços um em cada lado do corpo dela, deslizando o nariz desde sua testa até o seu pescoço, inspirando o seu cheiro .
- Nós só vamos lá à noite, entregar os presentes pros pirralhos. Qual é, (seu apelido), vamos pelo menos almoçar em algum lugar? Você escolhe. – ele lhe deu um selinho rápido, encostando sua testa na dela. – Por favor...
Ao senti-lo tocando seus lábios, fechou os olhos fortemente, tentando espantar a vontade repentina de chorar que lhe atingira. Era um pedido simples, feito com tanta doçura e vindo de alguém que apenas lhe queria bem... Mas, ainda assim, andar por aquelas ruas significava levar um banho de água fria de todas as memórias que possuía lá. Já havia se passado cinco anos desde a morte de seu pai, mas ainda doía sempre que voltava à Amsterdã, para visitar a sua segunda família.
O fato de crescer com os pais divorciados nunca incomodou a (seu nome). Crescera no Brasil , com a sua mãe, e seu padrasto, Eduardo, mas sempre estava visitando o pai, Amarildo, em Amsterdã, onde ele possuía havia se mudado com sua outra família. Embora o divórcio tivesse ocorrido antes mesmo de (seu apelido) poder associar o que acontecia e não ter crescido