Amartya sen
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OBRA RESENHADA : SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. RESENHISTA: Lessí Inês Farias Pinheiro 1
Através de uma linguagem acessível o economista indiano Amartya Sen, apresenta uma discussão sobre desenvolvimento que ultrapassa as visões restritas que o apresentam apenas como crescimento do Produto Nacional Bruto, aumento das rendas pessoais, industrialização, avanço tecnológico ou modernização social. Na sua abordagem a expansão da liberdade é considerada o fim primordial e o principal meio do desenvolvimento. Sen, diferencia dois papéis da liberdade no desenvolvimento. O papel constitutivo refere-se as liberdades substantivas, que incluem capacidades elementares como ter condições de evitar privações, ter participação política e liberdade de expressão. Já o papel instrumental diz respeito a liberdade global que as pessoas têm de viver do modo como desejarem. A eficácia da liberdade remete à condição de agente das pessoas, como instrumento reside no fato de que diferentes tipos de liberdade apresentam inter-relações entre si, sendo que um tipo de liberdade pode contribuir para promover liberdades de outro tipo. Estas liberdades têm uma relação empírica visível que as vincula. Assim, liberdades políticas ajudam a promover segurança econômica, enquanto as oportunidades sociais facilitam a participação econômica que por sua vez ajuda a gerar abundância individual e também recursos públicos para os serviços sociais. Estas relações empíricas tornam antiquada a distinção ente “paciente” e “agente”. As concepções de economia e desenvolvimento apresentadas no livro são voltadas para o agente, pois afirmam que os indivíduos com oportunidades adequadas pode moldar o seu destino. A resolução de problemas sociais, como a pobreza ou a mortalidade infantil, pode ser obtida por dois tipos de processos distintos, os mediados pelo crescimento e os mediados pelo custeio