Aluno
Pesquisa 4.0
A função da comunicação é provocar; isso é o que os intervalos comerciais deveriam estar fazendo
Não sei quando começou, mas o mundo da pesquisa está perdendo sua natureza exploratória, construtivista, voltada para a identificação de possibilidades e está abraçando, cada vez mais, uma visão racionalista.
O resultado está aí para quem quiser ver. É só ligar a televisão e descobrir o quanto as decisões baseadas em pesquisas que eliminam riscos e conflitos estão gerando campanhas que refletem agendas já estabelecidas e mantêm o consumidor dentro da zona de conforto.
Só preciso de alguns minutos na frente da TV para me sentir na frente da esteira de bagagens de um aeroporto: paralisado pela mesmice de modelos de malas que se repetem continuamente e me impedem de acertar o momento de dar um passo à frente e pegar o que é meu. Tudo parece ter a mesma cara.
Todos nós temos enfrentado a necessidade de rever conceitos e abandonar modelos. Todos nós temos aprendido a mudar. Acho que agora é a vez de quem compra, de quem faz e de quem usa pesquisas.
Importa pouco se essa mudança significa rever a forma de fazer a pergunta ou de compreender a resposta. Também pouco importa se isso significa recuperar metodologias e técnicas ou desenvolver outras totalmente novas. A pesquisa precisa estar a serviço da geração de ideias e estratégias, e não no controle delas. Como diz aquela frase atribuída a Henry Ford: "Se eu tivesse perguntado ao consumidor o que ele queria, ele teria respondido -um cavalo mais rápido".
As pesquisas, que foram uma extraordinária alavanca, que fazem tanta diferença até hoje, estão, a meu ver, patinando e pasteurizando a publicidade e o marketing. E jogando centenas de milhões de dólares no ralo pelo mundo inteiro.
Colocar a pesquisa no controle significa menosprezar a importância e a contribuição positiva que decisões tomadas fora da curva, contrariando a média, têm sobre nossos negócios.
Quando resultados de pesquisa são