aluno
Linguística textual: memória e representação
Leonor Lopes Fávero1
Resumo: A Linguística Textual inicia-se no Brasil na década de 80 do século XX. O primeiro trabalho de que se tem notícia é de 1981 , de autoria do Prof. Ignácio Antônio Neiss, intitulado
Por uma gramática textual, ao qual se seguiram dois outros, em 1983: Linguística textual: o que é e como se faz, do Prof. Luiz Antônio Marcuschi e Linguística textual: introdução de Leonor
Lopes Fávero e Ingedore Villaça Koch. O prof. Neiss mostra como as tentativas iniciais da linguística textual estavam, de modo geral, ligadas às gramáticas estruturais e gerativas. A obra do
Prof. Marcuschi concentra-se na análise de algumas definições de texto e no estudo de aspectos teóricos em função de sua aplicabilidade. Já Leonor Lopes Fávero e Ingedore V. Koch têm como objetivo apresentar ao leitor brasileiro uma visão da linguística textual na Europa, então um recente ramo da ciência da linguagem. O trabalho insere-se na História das Idéias Linguísticas, parte da História Cultural, que procura identificar o modo como em diferentes momentos, uma realidade social é construída, pensada, dada a luz (Chartier, 1990).
Palavras-chave – linguística textual - causas do surgimento - conceituação de texto - linguística textual no Brasil
1. PRESSUPOSTOS.
T
rabalho insere-se na linha de pesquisa em que venho trabalhando há anos, a História das Ideias Linguísticas. Parto do princípio que a História das Ideias Linguísticas é parte da história cultural cujo principal objeto é identificar o modo, como em diferentes lugares e momentos, uma determinada realidade social é construída, pensada, dada à luz (Chartier, 1990). Concordo com Braudel
(1989:35), quando diz que “não há civilização atual que seja verdadeiramente
Universidade de São Paulo e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. E-mail: lplfavero@uol.com.br 1
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Leonor Lopes Fávero