Aluno
Nem bem desembarcou na Bahia, dom Pero Fernandes Sardinha, tratou logo de mostrar quem mandava nas almas do lugar. Sue primeiro alvo foram os jesuítas. Sardinha ficou estarrecido com uma pratica dos religiosos da Companhia de Jesus: flagelações publicas, idealizado pelo fundador da ordem, Inácio de Layola. Liderados por Manoel da Nóbrega, os jesuítas saíram à noite pelas ruas de Salvador em procissão convidando os moradores a imitá-los. “Inferno para todos que estão em pecado mortal”, bradavam.
Sardinha não gostou da maneira como os religiosos purgavam os pecados. O curioso é que Nóbrega foi o primeiro a defender que Salvador tivesse um bispo, preocupado com o comportamento do rebanho na cidade recém-fundada. O veto aos açoites públicos, porém, foi só a primeira de uma série de desavenças em que os jesuítas se envolveram no Brasil - e a lista só cresceu nos dois primeiros séculos do Brasil colônia.
No pouco tempo que passou à frente da diocese de Salvador, Sardinha tratou de podar o poder da turma de Nóbrega. Proibiu, por exemplo, que pregassem aos índios em tupi. O raciocínio de dom Pero Fernandes seria um divisor de águas entre os colonizadores e os jesuítas – para sempre. A questão dos índios sempre teve consequências no dia a dia da colônia, onde conflitos entre religiosos e poderosos eram comuns. E como se sabe, o bispo Sardinha entrou para a história do Brasil ao supostamente ser devorado por indígenas quando o navio que o levava de volta à Europa naufragou na costa da atual Paraíba, em 1556.
Os conflitos entre religiosos e a população local chegavam às vias de fato resultando, em diversas ocasiões, na expulsão dos jesuítas do território paulista. Em 1633, um grupo liderado pelo bandeirante Antonio Raposo Tavares tomou de assalto a aldeia de Barueri e expulsou os padres. A pá de cal dos jesuítas na colônia veio diretamente de Portugal. Um decreto, elaborado sob inspiração do Marquês de Pombal, expulsou a ordem da metrópole e de