aluno
Antes da produção gilvicentina é praticamente impossível falar-se em teatro. A manifestação teatral da Idade Média limitou-se à encenações de caráter litúrgico, presas aos ritos da religião católica. As encenações religiosas apresentadas no interior das igrejas dividiam-se em: - mistério – representação da vida de Jesus Cristo
- milagre – representação da vida de santos
- moralidade – representações curtas com finalidade didática ou moralizante.
As encenações que ocorriam fora dos templos religiosos recebiam o nome de profanas e apresentavam um caráter mais popular e não estavam relacionadas aos cultos católicos. Dividiam-se em:
- arremedilho ou arremedo – imitação cômica de acontecimentos ou pessoas;
- pantomima alegórica – espécie de palhaçada circense da atualidade, na qual atores mascarados imitavam as pessoas.
- farsa – encenação satírica com um humor primário, situações absurdas e ridículas;
- sotie – (sotie vem do francês sot e significa tolo) semelhante à farsa, mas com um parvo, tolo no papel principal;
- momo – encenação carnavalesca com uma temática variada. As pessoas utilizavam máscaras e imitavam pessoas e animais;
- entremeze – encenações breves apresentadas entre os atos de peças mais longas. Sua função era preencher os intervalos;
- sermão burlesco – monólogo recitado por um ator mascarado;
- écloga – auto pastoril. Atores vestidos de pastores pregavam os valores da vida no campo.
Pouco se sabe sobre os dados biográficos de Gil Vicente. Acredita-se que tenha tido muito prestígio na corte portuguesa, desempenhando a função de organizador das grandes festas palacianas. Para outros, entretanto, desempenhava a função de ourives, atraindo a atenção da rainha Leonor. Mas é unanime o seu reconhecimento como o fundador do teatro português e o maior representante do Humanismo.
Assim como o período, suas peças apresentavam o bifrontismo como característica central. Ora com fortes marcas medievais, ora com