Alucinações e delírios

2.3 Alucinações e delírios Alucinação é uma disfunção sensoperceptiva, onde o indivíduo relata percepção vívida, que para ele tem caráter de realidade, na ausência do estímulo físico sensorial correspondente. Tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos pode também ser alucinado, sendo que as alucinações auditivas e visuais são as mais freqüentes. Embora seu conteúdo seja variável, o conteúdo das alucinações está em íntima relação com a bagagem cultural da pessoa, com seus conhecimentos e sistema de crenças.
Entre as possíveis causas das alucinações incluem-se as reações induzidas pelo uso de substâncias psicoativas e tóxicas, privação de sono, lesões e infecções cerebrais, esquizofrenia, transtorno bipolar, epilepsia e psiconeuroses. Porém, podem acontecer em pessoas sadias. As alucinações auditivas aparecem sob forma de sons inespecíficos ou sob a forma de vozes, dirigidas ou não ao sujeito que vivencia a experiência. Na sua maioria é percebida pelo paciente com muita ansiedade e contrariedade, sendo na maioria de conteúdo desabonador, acusatório, infame e caluniador. Quando essas vozes determinam ordens que o paciente deve cumprir mesmo contra a sua vontade, a denominação é automatismo mental. E no caso das vozes que “informam antecipadamente” sobre as ações que o mesmo irá executar, denomina-se sonorização do pensamento. Quanto às alucinações visuais, as percepções são tão claras e intensas que dificilmente são descartadas pela argumentação lógica, sendo que o objeto alucinado pode ter uma forma muito bem definida ou não. Quando as alucinações adquirem a consistência de uma cena completa são chamadas de alucinações oniróides. Denomina-se de alucinações autoscópicas, as situações onde o paciente se vê estando fora de seu próprio corpo e de alucinações extra-campinas, quando visualiza cenas e objetos fora do limite de seu campo visual.
As alucinações táteis podem ocorrer em qualquer um dos receptores que compõem esse complexo sentido. Um fenômeno