Altruísmo

O altruísmo, fruto das relações sociopolíticas, econômicas e culturais, é erroneamente considerado um meio natural de caráter do indivíduo, haja vista que este é construído pelas relações sociais a qual está inserido. Com a queda do muro de Berlim, em 1987, caía a URSS e com ela o sonho de muitos que acreditavam na potencialidade do comunismo - sistema que diferentemente do capitalismo, apostaria na coletividade e no altruísmo. Aparentemente, o mau desempenho deste sistema demonstrou a superioridade do capitalismo e mais: os Estados Unidos provava que a individualidade, tão ferozmente pregada por seu sistema, não era contrária a um alto índice de qualidade de vida de sua população, evidenciado por seu elevado índice de desenvolvimento humano (IDH).
É um equivoco pensar que esse seria o fim do altruísmo, pois com a queda do stalinismo, as facções anarquistas, antes esquecidas, ressurgiram das cinzas, além disso, voltaram renovadas pela prática ecológica dos tempos atuais e pelas novas visões de mundo relacionadas aos direitos dos animais, à continuação da emancipação feminina no século XXI (evidenciada pelo caso Shakinhe, no Irã), à internet - que possibilitou a extinção das fronteiras entre movimentos sociais e principalmente entre pessoas, que agora poderiam se mobilizar de qualquer lugar do mundo - é a renovação das esquerdas - antes predominantemente aliadas a partidos políticos ou visões marxistas já desgastadas pelas ditaduras feitas em seu nome - agora também associadas a movimentos apartidários, como o "Exército Zapatista de Liberação Nacional" mexicano.
Há, entretanto, que se levar em conta que a apatia da juventude preocupa. Mesmo com o renascimento ou manutenção de alguma resistência contra o "status quo", será possível que somente este florescer seja capaz de ir contra a alienação da maioria da "geração coca-cola" de Renato Russo? Ademais, como esperar pelo altruísmo e pelo pensamento à longo prazo da humanidade pós guerra-fria, quando os