Alteridade e experiência
Marcio Goldman
Goldman questiona a definição de e em antropologia. No entanto abraça o conceito de experiência proposto por Godfrey Lienhardt no início dos anos 60.
O objectivo do autor é apresentar a dicotomia entre o olhar do antropólogo nas suas relações com o saber e o olhar do social com os quais trabalha; para tal, o autor cita diferentes antropólogos de modo a justificarem cada paradigma através de construções teóricas etnográficas, construções essas que não se confundem nem com as teorias nativas, nem com teorias científicas.
Começa por nos mostrar a relação paradoxal entre dois testemunhos do mesmo autor, Evans-Pritchard, mas com um intervalo de quase 20 entre ambos.
Esses testemunhos eram: o primeiro retirado do livro que o autor escreveu sobre os Azande, povo habitante do Congo Belga, em 1937, e o segundo sobre a Religião Nuer do Sudão meridional, em 1956.
Essa distância temporal, juntamente com a experiência, levou a uma alteração de pensamento e visão das noções anteriormente adquiridas.
Como refere Goldman: ”A antropologia é um dos lugares destinados pela razão ocidental para pensar a diferença ou para explicar, racionalmente, a razão ou a desrazão dos outros. Desse ponto de vista, ela é, sem duvida, parte do trabalho milenar da razão ocidental para controlar e excluir a diferença”.
Após breve apresentação do trabalho do autor junto do "candomblé" em Ilhéus, o autor volta a questionar as várias teorias sobre o real estudo da antropologia, desde a questão da observação participante ser considerada um erro ou se a mesma pode ser considerada um método científico útil para a elaboração de teorias etnográficas, usando como exemplo uma experiência que nos apresenta como podendo ser mística ou materialista.
Goldman refere que a antropologia oscila entre a noção objectivista e a hipótese idealista da experiência. Mostra-nos a noção de alteridade em oposição à